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28/07/2015

Turbanteira fortalece autoestima de moradores do Porto do Capim através da identidade visual negra

 

negricia

A Turbanteira,  Andrea Gisele ministrou uma oficina para a comunidade no Porto do Capim com apoio do projeto Porta do Sol, no último dia 19 de julho. O Coletivo Negrícia a qual faz parte é um grupo que desenvolve ações junto às comunidades de João Pessoa e nas redondezas usando a cultura e identidade negra como instrumento de combate ao racismo fortalecendo a auto-estima para empoderamento social.

“Através das trocas de experiências durante as aulas percebi como esta peça da indumentária africana remete a nossa ancestralidade e fortalece a autoestima de quem se propõe a usar, trazendo consciência racional para seu papel e lugar na sociedade sem ter medo ou vergonha de se auto-afirmar como negro(a)”, explica a Turbanteira.

Essa ação fez parte de um conjunto de atividades que o Coletivo Negrícia através do Sarau Rolezinho Poético planejou para os próximos meses no Porto do Capim, tendo como próximas ações exibição de curtas para crianças e em breve para adultos, finalizando com o próprio Sarau, que são declamações de escritores negros.

turbanteirinhaO TURBANTE

“Em suas cores, texturas e formatos, os acessórios dizem muito sobre quem somos, são alguns dos detalhes capazes de transformar produções e destacar pessoas. Outros, no entanto, são tão referenciais, que destacam muito mais do que apenas uma pessoa, podem representar toda a cultura e tradição de um povo. Isso é o que acontece com os turbantes, ornamento secular que consegue transitar por vários universos e manter sua onipresença intacta”, explicou Andrea Gisele.

O turbante é peça fundamental na África Negra, tem função social, religioso e estético. Seja enrolado na cintura, sustentando crianças nas costas das mães, compondo a indumentária de alguns Orixás, cobrindo os atabaques religiosos ou em torno de árvores sagradas, identifica seu lugar no grupo, na sua comunidade, na sociedade e chegou ao Brasil pela forte influência africana, não só sendo usado por praticantes da religiosidade de matriz africana.

Desde 2013 a Fotógrafa, Comunicóloga e Turbanteira Andréa Gisele vem trabalhando o turbante como um dos adornos de empoderamento na identificação com a cultura negra através de cursos e rodas de conversas que acontecem nos mais diversos espaços, desde feira de moda fashion (este ambiente o turbante é tratado apenas como acessório estético), até quilombos e universidade local.

 

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